Só eu que penso muito no quão breve é a vida? Será que sou o único louco que pensa mais em viver do que em sobreviver? Hoje eu recebi a triste notícia de que um jovem conhecido se encontra em estado terminal após a descoberta de um câncer no cérebro. O cara tem 27 anos e toda uma vida sensacional pela frente. Culto, curioso, habilidoso, carismático e, sobretudo, feliz.
Me imagino na sua situação e não consigo ter a mínima ideia. A família deve ter uma grande dor no peito. A frustração de partir antes da hora deve ser terrível. A vida é má. Talvez ele já tenha cumprido o seu papel na Terra, talvez. E se ainda não cumpriu? O rapaz não tem nem metade da idade do meu pai. Qual é o segredo pra continuar por aqui? Acredito que seja a sorte.
Disso tudo eu tiro uma coisa: a certeza de que não tenho tempo a perder. Ficar parado, em casa, olhando pro teto. Não. Eu quero vida. Quero a brisa batendo carinhosamente no meu rosto. Quero a água gelada do mar arrepiando os pelos do meu braço. Quero o Sol queimando a minha pele. Quero cultura. Quero sorriso. Quero lágrimas. Quero lábios. Quero dedos. Quero tocar e ser tocado. Quer sentir e ser sentido. Eu não quero. Eu preciso.
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